Cabeça feita, Jefferson
faz do seu cabelo um atrativo a mais nos jogos do Botafogo. Os desenhos
são uma rotina, e no clássico com o Flamengo ele apresentou um peixe no
lugar da estrela, símbolo do clube que já havia sido representada de
várias formas. Agora, a vitória por 2 a 0 sobre o rival, responsável
pela quebra de uma série de escritas, fez o goleiro decidir pela
manutenção da nova figura. Afinal, deu sorte, e a superstição acompanha
os alvinegros.
O peixe é o símbolo dos Atletas de Cristo, e Jefferson decidiu prestar
uma homenagem. Segundo o goleiro, significa a força para nadar contra a
correnteza. Ele espera que o sucesso se repita na decisão da Taça
Guanabara, domingo, contra o Vasco, no Engenhão, quando o Botafogo, mais
uma vez, jogará com a necessidade de vencer. A vantagem de empate,
assim como na semifinal contra o Flamengo, é do adversário.
No entanto, o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ)
está de olho no goleiro. Isso porque a International Football
Association Board, entidade ligada à Fifa, e o Código Brasileiro de
Justiça Desportiva (CBJD) não permitem manifestações religiosas dentro
do campo de jogo. O Tribunal vai estudar o caso e não descarta punir o
camisa 1 alvinegro.
- Tem que nadar contra a correnteza desse mundo, contra as coisas
tristes e erradas, por isso fiz essa homenagem. Para o Botafogo, as
coisas se tornam mais difíceis. Vamos nadar contra a correnteza e
conquistar o título - afirmou Jefferson, que também já escreveu o nome da mulher Michele na cabeça.
Com a braçadeira de capitão, o goleiro tem a chance de levantar pela
primeira vez uma taça em sua carreira. Ele chegou a receber a honraria
com a camisa da seleção brasileira no Superclássico das Américas. Mas
com a falta de luz em Resistência, o confronto foi adiado e ele acabou
na reserva Diego Cavalieri quando a decisão finalmente aconteceu.
- Fui capitão nas categorias de base, no Superclássico das Américas,
mas no Botafogo é a primeira vez. Todo jogador pensa nisso, mas não pode
deixar essa vaidade influenciar no campo. O Botafogo é um grupo, um
todo - comentou Jefferson.
Para que o Botafogo chegasse à decisão da Taça Guanabara, Jefferson foi
fundamental. Ele fez grandes defesas e ficou até com medo de ver sua
mulher entrar em trabalho de parto no estádio. Ela está grávida de sete
meses de Jéssica, a terceira filha do jogador, que é pai de Nicole, de 4
anos, e Débora, de 3.
- Foi complicado. Graças a Deus, fiz várias defesas. A mais difícil foi a do Ibson, à queima-roupa .
Soquei uma bola, achei que havia sido falta em mim, quase me machuquei e
tive tranquilidade para defender com o pé. No reflexo mesmo - disse o
goleiro.
A seleção brasileira ainda é seu objetivo. O técnico Luiz Felipe
Scolari convoca nesta terça-feira, às 15h, para os confrontos com
Itália, dia 21 de março, em Genebra, na Suíça, e Rússia, quatro dias
depois, em Londres. No dia 24 de abril, com uma equipe formada só por
jogadores que atuam no país, o Brasil enfrenta o Chile, no Mineirão.
- Estou tranquilo. Trabalho para estar no grupo e vejo a camisa 1 em
aberto. Estou correndo atrás, e se tiver espaço vou aproveitar a
oportunidade. Esses dois anos são importantes para mim, decisivos para a
conquista de títulos pelo Botafogo e para chegar à seleção brasileira,
com a mudança de técnico. Estou fazendo o máximo - garantiu Jefferson.
Fonte: http://globoesporte.globo.com
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